sexta-feira, 9 de junho de 2017

Voando de Avior - Manaus até Cidade do Panamá!

Como falamos no post anterior, aqui vão nossas considerações sobre voar com a Avior.
Para iniciar precisamos destacar que essa é uma empresa aérea venezuelana que iniciou sua operação no Brasil no ano passado, em 2016. 
A empresa privada é considerada de médio porte, tendo uma média de 80.000 passageiros por mês, sendo mais de 80% desses para destinos internacionais, já que a empresa opera em países como: EUA, Panamá, Colômbia, Equador, Peru, Aruba, Curaçao, Brasil, e outros.
Saindo de Manaus há um voo para a cidade de Barcelona (sede da empresa) na Venezuela, três vezes por semana, e de lá saem voos para muitos outros locais. 
A Avior conta ainda com aproximadamente 1.500 funcionários, 27 aeronaves e 17 destinos (sendo Lima, no Peru, seu mais novo destino.)


A primeira vez em que ouvimos falar dessa empresa foi em abril de 2016 devido a uma promoção de passagens para Miami, saindo de Manaus, no valor de pouco mais de 300 reais, mas estranhamos muito e não tivemos coragem de arriscar.
Porém, dessa vez resolvemos fazer um teste!

Como nosso intuito era fazer um cruzeiro, iniciamos nossas pesquisas de passagens aéreas para o Panamá ou Cartagena das Índias (Colômbia), cidades onde poderíamos optar por embarcar no cruzeiro, e observamos uma diferença bastante considerável de valores. 
Por Cartagena estava saindo realmente caro, saindo tanto de Manaus quanto de Porto Velho (cidade onde residimos atualmente). Sendo assim, começamos a procurar passagens com destino à Cidade do Panamá e, como é de costume, saindo de Porto Velho estava bem cara. Como possuíamos milhas acumuladas, resolvemos utilizá-las para economizar e chegar até Manaus e, de lá, pegar outro voo para o Panamá. 
Dessa forma teríamos duas opções de empresas aéreas: Copa ou Avior. A diferença de valores estava de R$ 1.500,00 para cada um, ou seja R$ 3.000,00 no total. 

Refletimos bastante e resolvemos arriscar depois de muita indecisão, então compramos a passagem pela Avior pelo site da edreams, pois o site da Avior não estava confirmando a compra e finalizando-a. 
O valor ficou em R$ 2.380,00 com taxas para os dois, ou seja, R$ 1.190,00 por pessoa, devendo ser pago somente em uma vez no cartão.
Após a compra, recebemos rapidamente no e-mail a confirmação e todos os dados necessários, porém não estava conseguindo acessar no site da Avior para poder ter certeza que estava tudo certo! Então o nervosismo bateu e começamos a pesquisar mais ainda sobre a empresa!
Tentamos então algum contato com os funcionários da Avior em Manaus, e conseguimos os telefones: (92) 3652-1081/1082/1083.
Fomos atendidos por um dos funcionários que trabalha no aeroporto de Manaus e ele prontamente confirmou a reserva, informando que para entrar no site deveria colocar os dois sobrenomes juntos, sem espaços, e então era por esse motivo que não havíamos conseguido encontrar a reserva. 
Solicitamos que ele enviasse a reserva por email e assim ele o fez. Perguntamos também se era comum alterações nos voos, atrasos, cancelamentos e como tomaríamos conhecimento desses casos. Ele informou que o voo estava confirmado e dificilmente haveria alteração, mas que poderíamos acompanhar pelo site. 
No final da conversa ele perguntou sobre a vacina da febre amarela, informando que deveríamos ter o cartão de vacinação internacional, pois era cobrado e informou que teríamos que pagar taxas de embarque, nos aeroportos localizados fora da Venezuela, nos valores de: 190 reais cada passageiro em Manaus e 70 dólares cada passageiro no Panamá. Como já havia lido sobre isso e mesmo com essas taxas extras a passagem estava saindo mais em conta, informei que estava ciente e que iria viajar pela companhia.
Com a reserva em mãos, conseguindo acessar a reserva pelo site da empresa, e então só nos restava aguardar o dia da viagem!!


No dia da viagem, em 25 de maio de 2017, chegamos com bastante antecedência ao aeroporto de Manaus, pois a ansiedade estava bem grande, afinal estava em jogo nosso tour pelo Caribe! rsrsrs, ao chegar encontramos logo uma placa da Avior, informando o local do check-in e seguimos até o balcão.


Falando de malas: nos programamos para não embarcar malas, pois lemos muitos relatos de furtos nos aeroportos da Venezuela, porém ao chegar no balcão a funcionária pediu para pesar as 2 pequenas malas que estávamos levando e uma delas deu 1kg a mais do que o permitido que, segundo ela, eram 8kg para voos internacionais. Então fomos obrigados a despachar. Eles são realmente bem rígidos com pesos. Também exigiram nossas carteiras internacionais de vacinação e as "escanearam", pois sem elas sequer poderíamos embarcar.
Obs.: No Panamá, por incrível que pareça, não nos foi exigido apresentar as carteiras de vacinação.




No balcão não foram cobradas as tais taxas de que todos haviam falado na internet e da qual o funcionário havia falado por telefone. Então descobrimos que essas taxas são pagas naqueles casos em que as passagens são compradas em Bolívares, moeda da Venezuela, e isso está escrito na reserva. Como havíamos comprado pelo "edreams", em dólar, convertido para reais, não foi necessário pagar as taxas:


Após despachar a bagagem, entramos na sala de embarque internacional e aguardamos nosso voo até Barcelona - Venezuela. O voo saiu adiantado 30 minutos, sim, adiantado! Já havíamos visto comentários de passageiros reclamando que perderam o voo, por ele ter saído antes da hora, e vimos que é verdade.
Havia 30 passageiros, e o avião estava bastante vazio.
O avião era bem antigo, mas o voo foi tranquilo, no total de 2h15min.






Os comissários de bordo não são nada simpáticos, e muito menos prestativos, então já vá preparado para isso: não ajudam a acomodar as bagagens, não dão informação, etc.
Durante o voo serviram somente bebidas: água, refrigerante e suco.



Pouco antes de aterrissar nos entregaram alguns papéis para preencher, pois estaríamos entrando na Venezuela e, mesmo sendo somente uma conexão rápida, deveríamos preencher como se fôssemos nos hospedar no país. Portanto, levar caneta é essencial pois mesmo pedindo emprestado às comissárias, elas ignoram seu pedido sem exitar. 
Outro ponto que demoramos para conseguir esclarecimentos foi em como preencher o Cartão de Imigração (individual), no qual é solicitado que informemos qual será nosso endereço na Venezuela, porém não iríamos ficar no país, seria somente uma conexão. 
Depois de muito chamar por um comissário, sem sucesso, pedimos ajuda a um venezuelano que estava próximo, ele levantou e foi até uma comissária tirar a dúvida. Então ele voltou informando que essa parte deveríamos deixar em branco, assim fizemos e deu tudo certo.





Ao chegarmos ao aeroporto de Barcelona, passamos pelo procedimento de imigração, pegamos as bagagens para entregar no balcão da empresa novamente e então seguimos até o embarque nacional (que fica ao lado), pois ainda havia uma conexão em Valência, também na Venezuela. 
Vale ressaltar aqui que esse procedimento é muito importante, pois a empresa não envia sua bagagem diretamente para o próximo voo, portanto NÃO esqueça de retirá-la e de despachá-la novamente, mesmo que algum funcionário diga o contrário, pois às vezes nem ele mesmo conhece o procedimento por completo. (Digo isso, pois no voo de retorno, informaram que não seria necessário, mas como procedemos assim na ida, resolvemos aguardar para ver se a empresa iria fazer automaticamente, porém não o fizeram, e tivemos que levar a bagagem em mãos e despachá-la, caso contrário as bagagens teriam ficado para trás.)



A conexão em Barcelona era de aproximadamente 4 horas, e o aeroporto tem pouquíssima infraestrutura. Havia cadeiras suficientes para os passageiros sentarem e apenas 2 lanchonetes bem precárias, e que só aceitam bolívares ou dólares (em uma cotação bem abaixo, 1 dólar = 1.000 bolívares 😱😱). Pagando em dólares, eles dão o troco em bolívares.
O aeroporto também não tem wi-fi e os banheiros são sujos e mal conservados.



O tempo até que passou rápido e pegamos nosso segundo voo até Valência, de 45 minutos somente, e nele não foi servido nada. Por algum motivo nossas passagens nesse trecho eram na 1ª classe, as poltronas eram bem confortáveis, foi um voo bem tranquilo, e novamente bem vazio.



Chegamos em Valência às 15:45, desembarcamos e, nessa conexão, não era necessário pegar a bagagem para despachar novamente como havíamos feito, então seguimos procurando o terminal internacional. 
Para chegar ao embarque internacional, é necessário sair do aeroporto, caminhar alguns metros pela calçada até o prédio vizinho e então adentrar ao terminal internacional (que, por incrível que pareça, é pior do que o nacional). 






Chegamos no terminal e era tudo uma BAGUNÇA! Precisamos preencher novamente os miseráveis papeis para dar saída do país, passamos pela imigração novamente, depois pelo raio x, e então finalmente estávamos livres para aguardar o próximo voo, depois de muita demora.


Essa portinha escondida é a entrada do embarque internacional.

Achamos bem precária a sala de embarque do aeroporto de Barcelona, mas quando chegamos à sala de embarque internacional do aeroporto de Valência ficamos mais assustados: poucas cadeiras, sem ar condicionado, sem telão para acompanhar o voo, sem microfone e mini bancas que vendiam lanches. 
Ao entrar na sala, uma senhora veio nos oferecer uma sala executiva com ar condicionado, televisão e internet, pelo valor de 10 dólares por pessoa, isso mesmo! 
Nos recusamos, e já cansados pegamos nossas coisas e sentamos no chão aguardando até o próximo voo:




O avião chegou, o embarque começou, passamos todos por uma revista pessoal com guardas armados e enfim entramos no avião. rsrs


O voo foi mais uma vez tranquilo, e agora serviram novamente: água, refrigerante e suco.
Chegamos finalmente ao Panamá, e graças a Deus nossas malas estavam lá nos aguardando intactas. 


Depois de dias maravilhosos pelas Ilhas Caribenhas (as quais descreveremos em outros posts)...

Chegou a hora de retornar para casa e novamente o mesmo percurso: Panamá - Valência - Barcelona - Manaus. 
Dessa vez despachamos 2 malas, e sim, novamente eles pesam todas as malas, conferem tudo e não foi preciso pagar a taxa de embarque.
O voo foi como esperado e dentro do horário previsto. 
A única diferença foi que no aeroporto de Barcelona ao passar pelo raio x, depois pela imigração, precisamos passar ainda por um guarda chato que estava revistando TODAS as bagagens de mão, uma a uma, item a item, roupa a roupa... Havíamos comprado algumas lembrancinhas das cidades por onde passamos,  embalamos tudo e colocamos na mão para não ter perigo de quebrar. Ao ver essas coisinhas embaladas ele olhou com uma cara de mau, apontou e questionou. Então respondemos: são "regalos". E ele sem falar nada, simplesmente começou a abrir uma por uma para ter certeza (então pra que pergunta?). 
E mesmo vendo que eram lembranças ele continuou abrindo tudo, e pediu nossos passaportes e começou a folhear, e a fila já estava aumentando muito. 
Então terminou uma mala, foi para a outra e o mesmo procedimento... No fim viu que nada estava errado, devolveu nossos passaportes e então fechamos todas as malas e fomos aguardar o próximo voo. Lembrando, isso tudo na frente de todos, foi horrível, na verdade consideramos uma humilhação. E a revista continuou por horas, em todos os passageiros, sem exceção...

Chegamos ao Brasil e novamente as malas estavam ok, nada foi furtado, os voos foram tranquilos e se não fossem as conexões na Venezuela teria sido uma viagem 100% perfeita!
Um ponto importante a ser destacado: não há acessibilidade nos aeroportos da Venezuela (nenhum elevador e as escadas rolantes não funcionam) então é necessário subir e descer escadas por conta própria ou nos braços. Vimos isso de perto, pois conhecemos uma brasileira que havia passado por uma cirurgia e que precisou de assistência, e mesmo com cadeira de rodas foi necessário subir escadas lentamente, pois não havia outra forma, segundo os funcionários dos aeroportos.



Em resumo, foi interessante passar por essa experiência e tirar as próprias conclusões, tudo bem diferente do que já havíamos passado e achamos que compensou a economia de 3 mil reais em passagens já que fizemos muitas compras. 
É claro que isso vai depender muito da realidade de cada viajante, então resolvemos fazer esse relato para que outras pessoas tirem suas próprias conclusões, já que antes da viagem encontramos pouca informação e achamos que é importante se informar bem antes de decidir se vale a pena ir ou não pela Avior.

Um comentário:

  1. Richard, boa tarde
    estou fazendo uma viagem para venezuela também pela avior.
    contudo, não vou levar passaporte, haja visto que temos o mercosul e podemos ir somente com RG. acha que teremos algum problema em Barcelona?

    ResponderExcluir